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Costa Rica por “Danico” Godoy

Nosso parceiro e cliente Daniel Godoy escreveu um texto muito bom relatando como foi a sua viagem desde os preparativos até o término da surf trip. Vale a pena dar uma lida para ver os principais picos que ele passou e sua impressão de cada lugar.

Danico é professor da Natasurf em Porto Alegre, exercício que mescla natação com exercícios para aumentar o condicionamento físico voltado ao surf.

Relatos de Viagem: Surf trip Costa Rica 2014

Por: Daniel Godoy

 Meu nome é Daniel, sou surfista há quase vinte anos e como todo surfista, sempre tive o desejo de conhecer praias diferentes, explorar novos picos e interagir com culturas novas. A Costa Rica sempre foi um dos países desejados, devido a sua exuberante paisagem, ondas constantes e perfeitas, clima quente e povo acolhedor. Para minha sorte em junho de 2014 foi possível realizar este sonho, onde alguns meses antes decidi com mais três amigos o destino das nossas férias no ano vigente. Como era um desejo comum de todos conhecer a Costa Rica, foi fácil decidir o destino.

O segundo passo foi decidir a duração e data da trip. Optamos pelas primeiras semanas de copa do mundo no Brasil para poder fugir da loucurada que seria na nossa cidade que sediaria alguns jogos, além de poder fugir do frio que assola nosso estado nos meses de inverno.

Como terceiro passo, passamos a realizar pesquisas na internet, cotações e decidir roteiros. Desta forma optamos por fechar o pacote pela empresa RZ TURISMO de Porto Alegre. Empresa que sempre nos acolheu muito bem e se mostrou muito solicita e eficiente em surf trips passadas. Resolvidos os trâmites burocráticos e financeiros o resto foi só alegria.

No dia 14 de junho de 2014 em fim embarcamos para mais uma surf trip na América Central, ansiosos pelas ondas que nos aguardavam. Saímos pela manha de Porto Alegre e no final do dia já estávamos em San Jose capital da Costa Rica, realizamos os trâmites de imigração, pegamos nosso automóvel BEGGO, indicado pela agência e seguimos viagem.

Nossa primeira parada seria em Playa Hermosa, um ponto estratégico na região central do litoral no pacífico. Hermosa fica a aproximadamente 120 km da capital e com sorte ainda é possível surfar no mesmo dia. Devido a complicações no trânsito não tivemos esta sorte e chegamos à noite, fizemos o check in no hotel Fuego Del Sol e fomos descansar. Ficamos muito bem acomodados em um quarto com três camas, sendo duas de casal, ar condicionado e banheiro amplo, serviço de camareira e café da manhã bem reforçado.

No dia seguinte acordamos cedo, algumas horas antes do café para poder conhecer melhor a praia e tirar a fissura do surf para depois percorrer os picos da região.

A onda de Hermosa é forte e tubular dependendo do Swell e maré, mas em média uma onda rápida e mais cheia, onda que exige conhecimento, pois é uma praia de tombo e a onda termina na areia literalmente. Passadas algumas horas de surf, tomamos o café e seguimos para outras praias. Nosso segundo banho foi na praia de Esterillos Oeste ao sul de Hermosa, onda longa, gorda e fácil, apesar da longa remada para chegar até o pico, pela praia existem diversas ondas, podendo surfar sobre lajes ou beach breaks. A tarde fomos para a praia de Jacó, que é uma praia grande e bem estruturada, conta com diversas lojas e restaurantes, praias mais calmas, ótima opção para curtir com a família ou namorada quando o swell baixar. Por sorte neste dia rolavam ondinhas de 0,5m e fizeram nossa cabeça no final de tarde, acompanhados de um belo por do sol no oceano pacífico.

Retornamos para o hotel, tomamos um bom banho de piscina, jantamos e fomos para a internet acompanhar a chegada de um novo swell para a região de Pavones, extremo sul da Costa Rica. Como as condições eram favoráveis para a região, decidimos que no dia seguinte iriamos levantar acampamento. Posteriormente acordamos cedo, aproveitamos um pouco mais a onda de Hermosa e seguimos para o sul, uma viagem de 300 km por boas estradas em grande parte do trecho, estradas de mão única, mas muito bem conservadas e sinalizadas, além de belas paisagens, muitos coqueiros, e árvores frutíferas pelo caminho, onde seguidamente parávamos para coletar bananas, cocos e cajus. Os últimos 30 km de Pavones exigem grande perícia e paciência, pois acontecem em uma região de serra quase desabitada sem recursos e sem asfalto, trechos muito ruins, e esburacados.

Depois de uma longa viagem, cansados, nosso único desejo era cair na água para refrescar o calor e tirar a fissura do surf, ao chegar à beira da praia, notamos ondas muito longas e manobráveis. Ficamos alucinados com o pico e decidimos agilizar o quanto antes as coisas para poder surfar. Depois de longa peregrinação até arrumar um lugar para ficar conseguimos nos acomodar e cair na água. Ficamos alojados no hotel La Ponderosa, pertencente a um casal de americanos que ali mora desde a década de 70 e foram uns dos desbravadores da região, o local é quase uma reserva ambiental com muita vegetação e animais, tudo muito bem conservado. O local conta com piscina, salão de jogos e refeitório, áreas de lazer, massagem, entre outros.

Finalizada a parte burocrática chega a hora de surfar. Com uma crowd considerável caímos na água e por sorte chegamos à região junto com o swell previsto. Ondas fortes, muito longas e rápidas, tornavam o surf mais confortável e espalhavam a crowd, assim todos conseguiram se divertir muito. Optamos por já cair direto no pico e desfrutar ao máximo da melhor onda da Costa Rica. A onda de Pavones possui três sessões se o swell estiver bem encaixado, desta forma é possível surfar com tranquilidade e segurança até estar bem ambientado com o tipo de onda. É uma praia de fundo de pedras, onde a onda principal quebra em frente a uma boca de rio, pode chegar a mais de 200m de parede. Na maré seca podem acorrer alguns tubos e na maré cheia uma onda gorda e rápida que exige do surfista uma constante aceleração para não perder a sessão.

A região de Pavones é muito bela, mas pouco habitada, possui um singelo centrinho com uma surf shop, algumas pousadas e restaurantes, sem muitas opções de diversão além do surf. Possui mais uma praia ao sul, quase divisa com o Panamá, chamada de Punta Banco, ótima opção quando Pavones não estiver nos seus melhores dias. Outra opção é realizar a boat trip para Matapalo, no lado oposto a enseada, onde existem também as praias de Back Wash e Pandulce.

Depois de alguns dias em Pavones, desfrutando desta maravilhosa onda, já cansados de surfar e com o swell indo embora, decidimos levantar acampamento e seguir nossa viagem. Como não havia previsão de entrar um novo swell, optamos por conhecer a região do vulcão Arenal próximo a San Jose. Retornamos até Hermosa, onde passamos uma noite, surfamos novamente pela manhã e seguimos para o vulcão. A região é extremamente habitada, passamos por diversos povoados, cidades muito bonitas, bem limpas e organizadas. O acesso exige paciência, pois se dá através de estradas de mão simples a beira das montanhas. Conforme se sobe a serra notamos a mudança do clima, o calor fica para trás e dá e dá lugar ao clima frio e úmido das montanhas onde chove com frequência. Infelizmente nos dias em que ficamos na região, não conseguimos avistar o Arenal devido ao mal tempo, mas não deixamos de aproveitar as atividades disponíveis da região.

Fomos conhecer o hotel – resort Baldi. Local que conta com mais de 20 piscinas de águas termais, com as mais variadas temperaturas e atividades, ali você pode beber alguns drinks sem sair da piscina, brincar em toboáguas, assistir a shows e eventos. Ótimo lugar para recarregar as baterias e ganhar pontos com a família quando viajarem juntas. Após 8 horas desfrutando destas maravilhas, fomos para o hotel estudar nosso roteiro e nos preparar para pegar a estrada novamente.

Analisando sites na internet observamos que estaria chegando um bom swell para a região de Santa Teresa (litoral centro-norte do pacífico), decidimos então seguir para lá. De onde estávamos a melhor opção seria seguir pela serra costa riquenha até o golfo de Nicoya, onde pegaríamos um ferryboat com 2 horas de viagem e mais algumas horas de trilha até Santa Teresa. A viagem é muito cansativa e tensa, devido aos trechos de serra carregados de enormes caminhões Mack, tornando o trânsito lento e cansativo. O percurso todo não tem mais que 200 km, mas levamos quase um dia todo de viagem, na qual chegamos muito cansados e ainda tínhamos que garimpar novamente um local para ficar. Feito tudo isso e sem possibilidade de surf, devido ao horário avançado, deixamos para surfar no dia seguinte e partimos a pé para conhecer a região.  Nos instalamos no Resort Tropico Latino em Playa Carmen um resort a beira da praia com diversos atrativos tais como aulas de ioga, massagem, entre outros. A região de Carmené bem alternativa, com muitas pessoas rastafáris e/ou munidas de um estilo bem próprio, possui vários locais para comer e se acomodar, algumas lojas e praias belíssimas. Neste lugar há muitas opções de praia, para todos os níveis de surfista.

Surfamos algumas vezes em Playa Carmen em frente ao resort, uma onda manobrável, que na maré certa tem seus dias de glória, em cima de lajes que exigem cuidado na hora de entrar no mar. No resort conhecemos um garçom, que também é surfista profissional e nos levou a outros picos da região, principalmente a praia de Santa Teresa. Onda forte e longa em um beach break raso e pesado, a crowd é forte, mas os locais são amigáveis e entendem que dependem dos turistas para sobreviver. Surfar na maré certa é essencial para desfrutar do potencial desta onda.

Após alguns dias em Carmen e com o final de nossa trip retornamos para San Jose, com o intuito de conhecer melhor a capital costa-riquenha e comprar alguns regalos no mercado central. Vale ressaltar que em todas as praias existe um comércio local de artesanatos e souvenires, mas no mercado central de San Jose é onde você encontrará opções de preço e variedade. Nos acomodamos em um hotel distante do centro para evitar o trânsito intenso da capital e ficar mais próximo do aeroporto, por sorte acabamos nos instalando em frente ao Hard Rock Café de San Jose, onde fomos conhecer na nossa primeira noite. Local muito interessante, com diversos pertences de cantores expostos, ao som de músicas de rock, bebida e comida, tudo o que precisávamos para encerrar a trip com chave de ouro.

No dia seguinte demos inicio ao nosso retorno para o Brasil de cabeça feita e alma lavada, refletindo sobre os maravilhosos dias que tivemos neste país e torcendo para poder voltar o quanto antes a região.

DICAS:

  • A Costa Rica é um país economicamente forte, estável que vive praticamente do turismo, ótima opção para viajar com a família, principalmente região do atlântico e norte do pacífico;
  • Um carro 4×4 e um GPS são essenciais para conhecer os principais picos de surf. Em média as estradas são ótimas, sinalizadas e bem asfaltadas, mas existem trechos de chão batido e difícil acesso, podendo se perder facilmente;
  • Apesar da criminalidade ser baixa,  o mais aconselhável é sempre viajar durante o dia, com um bom GPS, mapas e outros folders das regiões a serem visitadas, que podem ser adquiridos no aeroporto de graça. Não ande ostentando pertences e cuidado onde estacionam os automóveis;
  • Nunca deixe pertences dentro do carro durante sua sessão de surf, ao voltar pode ser que eles não estejam mais lá e sempre faça seguro total dos carros alugados;
  • Leve muito repelente e protetor solar;
  • Hidrate-se constantemente, na Costa Rica é quente até dentro do mar, fácil de ter uma desidratação. Beba muito liquido para não perder nenhum dia de surf;
  • Beba somente bebidas engarrafadas e cuidado com os alimentos, procure comidas bem cozidas e com boa aparência;
  • Se possível uma boa lycra manga longa com proteção UV e chapéu são bem vindos para surfar, evitam queimaduras mais fortes e desidratação;
  • Leve mais de um cartão de crédito, acordos financeiros entre bancos Brasileiros e Costa Riquenhos fazem com que em alguns estabelecimentos com certas bandeiras não sejam aceitas ou não funcionem corretamente;
  • Câmbio somente de dólar para colones e o melhor é fazer diretamente no aeroporto, lá a cotação sempre é mais justa;
  • Não esqueça de pagar o imposto de turista na hora de retornar ao Brasil, sem ele você não sai da Costa Rica;
  • 15 a 20 dias são suficientes para conhecer o litoral costa Riquenho,  mas reserve alguns dias a mais para Pavones com um bom swell, valerá a pena.

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